Empresa afirma ao parlamentar que enfrentou dois grandes problemas em 2009, sendo que um foi provocado por uma “intensa descarga eletréca”.
A Comissão de Transportes e Comunicações da Assembleia Legislativa recebeu nesta quarta-feira, 03, o presidente do Grupo Telefonica do Brasil, Antonio Carlos Valente da Silva. Ele foi convocado por requerimento a prestar esclarecimentos aos parlamentares sobre a crise enfrentada pela empresa no ano passado em relação ao Speedy, a banda larga para internet no Estado de São Paulo. Na ocasião, ele também explicou o plano de ação da empresa, que “prevê investimentos crescentes no país, além de ter sido criado com a finalidade de oferecer melhoria aos serviços prestados aos consumidores”.
A convocação para que participasse dos trabalhos da comissão foi oficializada no ano passado, após as sucessivas críticas e denúncias que o Grupo Telefonica recebeu em decorrência dos problemas com o Speedy, que foram identificados principalmente a partir de julho de 2009. “Na época, foi bastante grande o número de reclamações aqui na Assembleia Legislativa e também no PROCON (Proteção ao Consumidor) em relação à banda larga para a internet que era oferecida pela empresa”, disse o presidente da comissão, deputado estadual Edmir Chedid (Democratas).
O parlamentar afirmou que as reclamações quanto ao Speedy motivaram a convocação do presidente do Grupo Telefonica do Brasil, Antonio Carlos Valente da Silva. Para evitar problemas com os consumidores, a comercialização do produto chegou a ser proibida pelo Governo Federal. “A Comissão de Transportes e Comunicações entendeu que era preciso ouvir dos representantes da empresa as explicações quanto aos problemas em relação ao Speedy, produto cuja comercialização chegou a ser proibida pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações)”, comentou.
No ano passado, o Grupo Telefonica do Brasil reconheceu em comunicado aos funcionários os efeitos da suspensão da venda do Speedy, afirmando que haveria “impacto na imagem perante o mercado e os clientes”. Com mais de 2,6 milhões de assinantes, as falhas na prestação de serviços provocaram transtornos a clientes residenciais e comerciais, que o utilizavam para a realização de negócios. Para especialistas, a crise também resulta de “um marco regulatório frouxo, fiscalização deficiente e falta de punição”. “Cometemos erros e, obviamente, pagamos por eles”, destacou Antonio Carlos Valente da Silva.
Na ocasião, ele afirmou que no ano passado a empresa registrou dois problemas graves, sendo um em julho e outro em setembro. Num dos casos, as descargas elétricas que atingiram o Estado de São Paulo foram responsáveis pela interrupção dos serviços por 50 minutos, inclusive os de emergência. “Para se ter uma ideia, alguns clientes que tiveram a suspensão dos serviços de telefonia ou de internet por 36h em um destes eventos receberam, gratuitamente, 120h de acesso à internet. Esta foi a forma encontrada para compensar nosso cliente”, finalizou.
Anselmo Dequero | MTB 29.034 SP