Sindicalista presta depoimento à CPI da TV por Assinatura

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Relator da CPI, deputado estadual Edmir Chedid, afirmou que existem declarações contraditórias acerca das atividades desempenhadas por trabalhadores.


 


O presidente do Sindinstal, José Tadeu de Oliveira Castelo Branco, disse nesta terça-feira, 29, que a falta de treinamento dos instaladores, precarização das relações de trabalho, baixa remuneração e extensas jornadas de trabalho podem ser algumas das razões da baixa qualidade dos serviços oferecidos aos usuários das tevês por assinatura. A afirmação ocorreu durante depoimento à CPI da TV por Assinatura, cujo relator é o deputado estadual Edmir Chedid (Partido Democratas).


Imagem (José Tadeu de Oliveira Castelo Branco)


Ele disse que as empresas que prestam serviços para as operadoras de tevê a cabo contratam instaladores e oferecem apenas treinamento online, com duração de um dia. Para José Tadeu de Oliveira Castelo Branco, para as empresas “deixar um funcionário em treinamento significa afastá-lo do atendimento e, consequentemente, prejuízo, uma vez que elas recebem por serviços efetivamente prestados. A formação do técnico requer, em média, de três a seis meses”, comentou.


As prestadoras de serviços alegam que os contratos com as operadoras têm valores baixos. Por isso, não podem pagar salários mais altos “o piso atual é de R$ 706,04. Os trabalhadores, por sua vez, são obrigados a efetuar 140 ligações por mês, o equivalente a sete ordens de serviço por dia, incluindo domingos e feriados, sem direito a folga. Além disso, se houver reclamação do cliente, o instalador perde a comissão”, completou José Tadeu de Oliveira Castelo Branco.


O presidente do Sindinstal (Sindicato de Trabalhadores em Empresas Prestadoras de Serviços em TV por Assinatura do Estado) afirmou que outro problema que atinge os trabalhadores é a prática irregular da contratação sem registro e as empresas que fecham suas portas sem pagar os salários devidos. “Somos obrigados a entrar com processos trabalhistas e, quando ganhamos, somos colocados numa lista negra e não conseguimos ser contratados por outras prestadoras”, finalizou.


Durante o depoimento, Edmir Chedid lembrou que os representantes das empresas chegaram a afirmar na CPI que existe um plano de carreira para os técnicos de telecomunicações e que o salário de um profissional da área pode chegar a R$ 5 mil. Além disso, disseram que o setor está ofertando numerosas vagas, mas que faltam trabalhadores qualificados. “Pelo menos esta foi a afirmação feita para a CPI, contraditória se comparada a do presidente do sindicato”, destacou o parlamentar.


Na ocasião, ele solicitou à CPI a convocação de representantes da Sky para que possam explicar as atividades da empresa e apresentar os dados referentes às reclamações de usuários junto aos órgãos de proteção ao consumidor. “Há muitas reclamações e, como relator, preciso apurá-las para elaborar um documento final que deverá ser apresentado à ALESP no início do próximo ano. Até lá, ainda teremos muito trabalho aqui na comissão”, finalizou o deputado estadual Edmir Chedid.


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Anselmo Dequero / MTB 29.034 SP 

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